segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Dom Quixote de La Mancha (Miguel de Cervantes/Classicismo)

Não consegui deixar de postar esse segundo livro citado no post Classicismo por ter sido o primeiro livro que eu comprei na minha vida.Não foi o primeiro que eu li, por motivo de que a linguagem é estruturada demais até mesmo para um adulto(eu tinha uns 9 ou 10 anos quando comprei).Mas enfim, cresci,apareci e li esse maravilhoso livro.Um dos livros pelos quais eu mais tenho carinho aqui dentro do meu guarda-roupas.




Dom Quixote de La Mancha (Don Quijote de la Mancha em castelhano) é um livro escrito pelo espanholMiguel de Cervantes y Saavedra (1547-1616). O título e ortografia originais eram El ingenioso hidalgo Don Qvixote de La Mancha, com sua primeira edição publicada em Madrid no ano de 1605. É composto por 126 capítulos, divididos em duas partes: a primeira surgida em 1605 e a outra em 1615.
O livro surgiu em um período de grande inovação e diversidade por parte dos escritores ficcionistasromances de cavalaria que gozaram de imensa popularidade no período e, na altura, já se encontravam em declínio. Nesta obra, a paródia apresenta uma forma invulgar. O protagonista, já de certa idade, entrega-se à leitura desses romances, perde o juízo, acredita que tenham sido historicamente verdadeiros e decide tornar-se um cavaleiro andante. Por isso, parte pelo mundo e vive o seu próprio romance de cavalaria. Enquanto narra os feitos do Cavaleiro da Triste Figura, Cervantes satiriza os preceitos que regiam as histórias fantasiosas daqueles heróis de fancaria. A história é apresentada sob a forma de novela realista. espanhóis. Parodiou os
É considerada a grande criação de Cervantes. O livro é um dos primeiros das línguas européias modernas e é considerado por muitos o expoente máximo da literatura espanhola. Em princípios de maio de 2002, o livro foi escolhido como a melhor obra de ficção de todos os tempos. A votação foi organizada pelo Clubes do Livro Noruegueses e participaram escritores de reconhecimento internacional.

O livro é estruturado em duas partes, a primeira maneirista, enquanto a segunda é mais barroca. Enquanto a primeira parte da obra deixa a impressão de liberdade máxima, a segunda parte produz a sensação constante de nos encontrarmos encerrados em limites estreitos. Essa sensação é sentida mais intensamente quando confrontada com a primeira parte. Se anteriormente, a ironia era, sobretudo, uma expressão amarga da impossibilidade de dar realidade a um ideal, com a segunda parte nasce muito mais da confrontação das formas da imaginação com as da realidade. Cervantes dá a sua própria definição da obra: "orden desordenada (...) de manera que el arte, imitando à la Naturaleza, parece que allí la vence". O processo adotado por Cervantes - a paródia - permite dar relevo aos contrastes, através da deformação grotesca, pela deslocação do patético para o burlesco, fazendo com que o burlesco apague momentaneamente a emoção, estabelecendo um entrelaçado espontâneo de picaresco, de burlesco e de emoção. O conflito surge do confronto entre o passado e o presente, o ideal e o real e o ideal e o social.
Dom Quixote e Sancho Pança representam valores distintos, embora sejam participantes do mesmo mundo. É importante compreender a visão irônica que o romancista tem do mundo moderno, o fundo de alegria que está por detrás da visão melancólica e a busca do absoluto. São mundos completamente diferentes. Sancho Pança o fiel escudeiro de Dom Quixote é definido por Cervantes como "Homem de bem, mas de pouco sal na moleirinha". É o representante do bom senso e é para o mundo real aquilo que Dom Quixote é para o mundo ideal. Por fim, a história também é apresentada sob a forma de novela realista: ao regressar a seu povoado, Dom Quixote percebe que não é um herói, mas que não há heróis.

As figuras de D. Quixote, de Sancho Pança e do cavalo de Dom Quixote, Rocinante, rapidamente conquistaram a imaginação popular. No entanto, os críticos contemporâneos da obra não a levaram tão a sério como as gerações posteriores. No século XVII, por exemplo, considerou-se que o romance continha em si pouco mais que o tom de bom humor e de diversão, com Dom Quixote e Sancho Pança a encarnarem respectivamente o grotesco e o pícaro. O século XVIII foi pródigo em elogios a D. Quixote, não só na Espanha e em Portugal, como também por parte de grandes românticos do centro da Europa.
Na história do romance moderno, o papel de Dom Quixote é reconhecido como seminal. A evidência disso pode ser vista em Daniel Defoe, em Henry Fielding, em Tobias Smollett e Laurence Sterne e, também, em personagens criadas por alguns romancistas clássicos do século XIX, como é o caso de Walter Scott, de Charles Dickens, de Gustave Flaubert, de Benito Pérez Galdós, de Herman Melville e de Fiódor Dostoiévski. O mesmo acontece no caso de alguns autores pós-realistas do século XX, como James Joyce e Jorge Luis Borges. Dom Quixote provou ser uma notável fonte de inspiração para os criadores em outros campos artísticos. Desde o século XVII que se têm realizado peças de teatro, óperas, composições musicais e bailados baseados no Dom Quixote. No século XX, o cinema, a televisão e os cartoons inspiraram-se igualmente nesta obra. Dom Quixote inspirou ainda artistas como William Hogarth, Francisco Goya, Honoré Daumier e Pablo Picasso.

E que fique bem claro que não vou analisar o livro "Os Lusíadas" porque acho esse livro um pé no saco =D

A Divina Comédia(Dante Alighieri/Classicismo)

Um dos livros mais lidos da história entra na lista dos meus preferidos: A Divina Comédia, de Dante Alighieri. O livro narra a história de Dante, que em certo ponto sua vida,desgostoso com a humanidade recebe a oportunidade de fazer uma visita ao inferno,purgatório e paraíso para que possa realizar uma reflexão de como levar sua vida, assim como passar o pensamento para toda a humanidade após sua viagem. Dante escreveu essa obra a fim de que as pessoas pudessem fazer uma reflexão de como levavam suas vidas terrenas, a esse ponto o autor estava profundamente desgostoso com os homens, pois passou a perceber como eram frívolos os interesses materiais e o ponto a que o homem havia chego. Dante sempre foi um fervoroso patriota,amante de seu país,a Itália.Envolvido na política,logo notou o falso interesse dos políticos pela nação e o gosto que os mesmos tinham pelo poder. Escreveu o livro com o objetivo que seus leitores pudessem dar atenção aos reais motivos em que guiavam suas vidas.

Ao fazer com que cada terceto antecipe o som que irá ecoar duas vezes no terceto seguinte, a terza rima dá uma impressão de movimento ao poema. É como se ele iniciasse um processo que não poderia mais parar.  
A Divina Comédia é divida em três partes: o inferno,o purgatório e o paraíso, nessa o autor relata uma viagem de profunda espiritualidade. Durante a caminhada muitos conceitos são empregados, o autor encontra seres mitológicos e pessoas reais da história pelos círculos em que percorre: pessoas ditas boas estão no inferno e outras apontadas como más aparecem no paraíso a fim de mostrar que o que realmente vale é o ponto interior de cada um e não sua aparência.
 
Muitos dizem que Dante ingressou em uma viagem espiritual guiada realmente por algo profundo, pois vários conceitos estão como sinais no livro e muitos nem existiam ainda. O inferno é como um julgamento dos pecados do homem na Terra, de acordo com a gravidade dos pecados cometidos a alma é condenada a um círculo mais profundo onde o castigo é pior, ou seja, os pecados são analisados em relação ao mal que causaram; o número de círculos é nove, somados ao número um,que seria a vida terrena, formam dez, aonde um mais zero é igual a um,o número que demarca Deus,criação,princípio de tudo na numerologia. Dante teve o objetivo de fazer com que as pessoas realmente observassem suas vidas,assim como seus atos, vários pensamentos ou conceitos depois adotados em filosofias ou crenças são encontrados no decorrer da história. A forma do inferno, um cone , forma essa adquirida pela queda de Lúcifer do ceu quando Deus jogou neste um raio fazendo -o cair com tamanha força e velocidade até adentrar o centro da Terra. Sem dúvida alguma é um livro a ser lido, interpretado e absorvido como tema de reflexão e crescimento cultural, literário e até mesmo espiritual.

Os três livros que formam a Divina Comédia são divididos em 33 cantos cada, com aproximadamente 40 a 50 tercetos, que terminam com um verso isolado no final. O Inferno possui um canto a mais que serve de introdução a todo o poema. No total são 100 cantos. Os lugares descritos por cada livro (o inferno, o purgatório e o paraíso) são divididos em nove círculos cada, formando no total 27 (3 vezes 3 vezes 3) níveis. Os três livros rimam no último verso, pois terminam com a mesma palavra: stelle, que significa 'estrelas'.
Dante chamou a sua obra de Comédia. O adjetivo "Divina" foi acrescido pela primeira vez em uma edição de 1555. A Divina Comédia excerceu grande influência em poetas, músicos, pintores, cineastas e outros artistas nos últimos 700 anos. Desenhistas e pintores como Gustave Doré, Sandro Botticelli, Salvador Dali, Michelangelo e William Blake estão entre os ilustradores de sua obra. Os compositores Robert Schumann e
Gioacchino Rossini traduziram partes de seu poema em música e o compositor húngaro Franz Liszt usou a Comédia como tema de um de seus poemas sinfônicos.

Esse foi um dos livros que mais marcaram minha vida,eu e a Luxúria já o lemos e tiramos diversas conclusões em comum.A versão que lemos é adaptada,o que em momento algum desviou o foco da obra ou deixou lacunas em torno da narrativa. Excelente trabalho da L&PM Pocket e do tradutor Fábio M. Alberti.
Logo estaremos com a versão original =D

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Burzum - Fallen

1. Fra verdenstreet 1:03
2. Jeg faller 7:50
3. Valen 9:21
4. Vanvidd 7:05
5. Enhver til sitt 6:16
6. Budstikken 10:09
7. Til Hel og tilbake igjen 5:57



Elevando todos os aspectos da música aos mais insanos níveis, o Black Metal precisa ser compreendido para que se consiga entender as qualidades e peculiaridades do gênero. E, dentro do Black Metal, pouquíssimas bandas são capazes de levar o ouvinte por jornadas sônicas tão ímpares e intensas quanto o Burzum.

Lideradoo por Varg Vikernes, um dos cabeças do som surgido na Noruega no final dos anos 1980 e na primeira metade da década de 1990 e que influenciou profundamente a música pesada, o Burzum é uma banda única, e muito disso vem da personalidade e dos atos de seu líder.
Varg foi também um dos principais líderes das polêmicas queimas de igrejas históricas que assombraram a Noruega no amanhecer dos anos noventa, isso sem falar no assassinato de Euronymous, seu antigo parceiro no Mayhem. Mas deixando de lado todas as discussões sobre a sua vida pessoal e analisando somente a música, o que se ouve é a obra de um gênio do metal extremo, inegavelmente.


Fallen é o oitavo álbum do Burzum e chega às lojas no dia 7 de março de 2011. O disco foi gravado em duas semanas no Grieghallen Studios, em Bergen. A figura da capa faz parte da obra Élégie, do pintor francês William Adolphe Bouguereau, datada de 1899. Segundo Varg, Fallen é uma mistura entre a sonoridade do último disco do Burzum, Belus (2010), e Det Som Engang Var, de 1993. Ainda nas palavras de Varg, Fallen é um disco mais pessoal e se concentra em questões existenciais.
O álbum inicia com a intro “Fra Verdenstreet”, que abre caminho para “Jeg Faller”, faixa com um riff de guitarra típico do black metal norueguês temperado por linhas vocais que evocam cantos nórdicos tradicionais, além de trechos com partes da letra sendo faladas, e não cantadas, por Varg. “Valen” tem um riff selvagem, bem old school, e conta com um refrão muito bom. Novamente há o uso de passagens faladas, criando uma dinâmica bem interessante. Uma das melhores faixas do disco.

Os blast beats, uma das marcas registradas do estilo, são ouvidos pela primeira – e única – vez somente na terceira faixa, “Vainvidd”. Já em “Enhver til Sitt” a guitarra é o destaque, seja pelo riff principal, que une Tony Iommi ao estilo particular do black metal norueguês, seja pelas ótimas passagens instrumentais.

Os mais de dez minutos de “Budstikken” levam o ouvinte por caminhos sinuosos repletos de mudanças de direção, mas sempre com paisagens surpreendentes à frente. Outro grande momento, digno da tradição do Burzum. A instrumental “Til Hel og Tibake Igjen” encerra o play.

Fallen é um grande álbum, sem dúvida alguma. Um disco coeso e inspirado, com a marca pessoal de Varg Vikernes, uma das mentes criativas mais influentes da história do metal. Você não precisa simpatizar com as ideias de Varg para gostar do som, e o fato é que Fallen tem música de qualidade escorrendo em abundância pelas suas veias.


O CD pode ser encontrado aqui.