domingo, 22 de maio de 2011

E por falar em religião...

Muita gente prefere não falar sobre religião exatamente porque cada um tem uma visão diferente e discutir o assunto acabaria em conflito; eu mesmo sou esse tipo de pessoa e principalmente porque a minha visão raramente é aceita pelas outras pessoas, mas é difícil não falar diante de tanta gente que se aliena e se torna absolutamente estúpida por conta da "realidade" que o cristianismo prega. Vou limitar essa conversa ao cristianismo porque em qualquer outra religião as pessoas têm realmente consciência da doutrina e a seguem naturalmente, já no cristianismo a maioria das pessoas (se você não se inclui nessa maioria por favor, não tome pra si as dores de gente ignorante) seguem cegamente sem sequer questionar, e isso porque têm medo de não seguirem e irem direto pro inferno, muitas delas se privam de prazeres saudáveis e vontades próprias pra não ofenderem a "Deus". Na minha opinião, seguir uma doutrina por medo é absolutamente desrespeitoso, o papel de "Deus" acaba sendo o mesmo de um pai ignorante que pune os filhos caso não sejam obedientes; com isso se ganha obediência, mas NUNCA o respeito.
O pior são as pessoas que tentam enfiar na sua cabeça que você  TEM que ser batizado, que você TEM que fazer aquelas aulinhas tediantes de eucaristia, que você TEM que se privar de comer carne vermelha na sexta-feira santa, etc. Minha mãe mesmo disse essa semana que eu TENHO que ter uma religião, e eu sinto muito mas NÃO, EU-NÃO-TENHO-QUE-TER-UMA-RELIGIÃO. Eu não nego a presença de uma energia muito forte que controla o inexplicável, mas eu não deixo de ser eu mesmo e nem de saciar minhas vontades pra seguir um livro de faz-de-conta que narra a história de uma entidade GENOCIDA.
 Está lá na Bíblia, e os números de vítimas deixariam "Deus" bem à frente de qualquer grande vilão de filme de Terror, como Jason, Freddy Kruegger ou seriais Killers como Norman Bates ou Dr. Hanibbal Lecter. 
 Duvida???

  • População mundial

Deus matou por livre e espontânea vontade TODA A POPULAÇÂO DO PLANETA. Menos Noé e sete parentes.
Motivo: Estava a fim.
Arma do Crime: Dilúvio (planetocídio)
(Gênesis 6,7)

  • POPULAÇÕES INTEIRAS DE SODOMA e GOMORRA
Menos Ló, Sua esposa e suas duas filhas
Motivo: Considerou que as pessoas dessas cidades não tinham respeito pela divindade e viviam em perversão generalizada.
Arma do crime: Chuva de fogo e enxofre (genocídio duplamente qualificado)
(Gênesis 19)

  • Esposa de Ló
Motivo: Olhar para trás (homicídio por motivo torpe)
Arma do crime: Transformação em estátua de Sal
 (Gênesis 19)

  • Er
Motivo: Perversão (homofobia?)
Arma do crime: Desconhecida
(Gênesis 38)

  • Onã
Motivo: Onã recusou-se a fazer sexo com a viúva de seu irmão Er. (homicídio por motivo torpe)
Arma do crime: Desconhecida (possivelmente a mesma que matou Er)
(Gênesis 38)


  • Todos os primogênitos do Egito
Motivo: O governo egípcio era cruel com os judeus. Deus tomou as dores dos hebreus para si e ao invés de lavrar vingança nos governantes egípcios, optou por assassinar as crianças inocentes que não tinham nada a ver com a história

Arma do crime: Pragas diversas e doenças misteriosas sortidas (infanticídio triplamente qualificado por motivo torpe, abuso de autoridade e uso indevido de atribuições divinas, além de tráfico de influência)

(Êxodo 14)

  • Faraó e exército egípcio
Motivo: Perseguição aos judeus

Arma do crime: Afogamento no Mar Vermelho (tráfico de influência seguido de morte)

(Êxodo 14)

  • Nababe e Abiú
Motivo: Eles ofertaram fogo estranho ao Senhor

Arma do crime: Fogo (resistência ao suborno, homicídio duplamente qualificado)

(levítico 10)

  • Coré, Datã, Abirão e suas respectivas famílias
Motivo: Rejeitaram a autoridade de Moisés e iniciaram sua própria congregação.

Arma do crime: Engolimento pela terra (uso indevido dos recursos naturais, chacina, pereseguição religiosa)

(Números 16)

  • 250 pessoas seguidores de Coré
Motivo: Considerou que estes apoiavam Coré

Arma do crime: Fogo (chacina)

(Números 16)

  • 14.700 israelitas
Motivo: Concluiu que estes murmuraram contra Moisés e seu irmão Aarão após a execução de Coré e seus partidários

Arma do crime: Praga (uso indevido das atribuições divinas, perseguição político-religiosa, vingança por motivo torpe)

(números 16)

  • Assassinato em massa de número desconhecido de soldados amorreus em retirada
Motivo: Os soldados combateram os israelitas. Deus comprou mais uma vez a causa deles e utilizou indevidamente as atribuições divinas interferindo acintosamente no confronto.

Arma do crime: Chuva de Granizo (uso indevido dos fenômenos naturais, tráfico de influência, genocídio)

(Josué 10)

  • UZA
Motivo: Uza tocou a arca de Deus quando foi sacudido pelos bois que puxavam o carro no qual a arca era transportada.

Arnma do crime: Choque elétrico

(II Samuel 6)

  • 70.000 pessoas escolhidas aleatóriamente
Motivo: Rei Davi ordenou um censo da população

Arma do crime: Praga (uso indevido dos fenômenos naturais, motivo torpe e homicídio serial)

(II Samuel 24)
  • 102 Soldados do rei Acazias
Motivo: Tentou capturar Elias, o tesbita.

Arma do crime: Fogo (tráfico de influência, chacina)

(II Reis 1)

  • Ananias e Safira
Motivo: Fraude em venda de propriedade

Arma do crime: Desconhecido

(Atos 5)

Por favor, não tentem colocar na minha cabeça que o cristianismo é o caminho certo. Não me identifico com esses absurdos que são escritos na bíblia (do tipo "mar abrindo no meio" e "gente passeando em cima d'água") e não me identifico com a ideologia de submissão que eles pregam.
Meu "Deus" não limita a minha essência. Pensem nisso.


terça-feira, 22 de março de 2011

Dom Juan ou le Festin de Pierre (Molière/Barroco)





Dom Juan, ou le Festin de Pierre é uma tragicomédia em cinco atos escrita por Molière, que estreou no Palais Royal em 15 de janeiro de 1665.

Baseada em El burlador de Sevilla y convidado de piedra do espanhol Tirso de Molina, a obra apresenta um personagem infiel, sedutor, libertino, blasfemo, valente e hipócrita: Don Juan, um aristocrata bon vivant que reside na Sicília, que coleciona conquistas amorosas, seduzindo moças da nobreza e criadas com o mesmo êxito. A única coisa que o interessa é a conquista, e abandona as mulheres tão logo aproveita-se delas. Suas conquistas despertam inimizades que o obrigam a bater-se em duelos, aos quais, também não se furta. Ponteia com cinismo seus relacionamentos com as pessoas de seu meio e questiona homossexuais e dogmas religiosos.Incapaz de resistir a um desafio, terá então de encarar o repto final: um jantar com a estátua do Comendador, que o levará para oAlém.

Esta obra de Molière despertou uma enorme polêmica e fez com que as pessoas devotas se levantassem contra ela. Peça escrita imediatamente depois de Tartufo no qual Molière fustigava a hipocrisia de alguns beatos, pareceu aos olhos de alguns religiosos de sua época uma apologia da libertinagem. O único defensor da religião parece ser o criado Sganarelle, para quem ela se assemelha muito mais à superstição, e cujo papel cômico é evidente. A peça passou a sofrer ataques de todo tipo a partir de sua segunda encenação. Pediu-se a Molière que suprimisse determinadas cenas (a do pobre) e alguns diálogos que aparentemente zombavam da religião. Somente em 1682 conseguiu-se publicá-la, e em versões censuradas. Apenas em 1884 a peça voltou a ser representada de acordo com a versão original


Molière alimenta a ambiguidade sobre suas intenções ao descrever um personagem que não é totalmente negativo: é inteligente e valente. Em seus duelos verbais contra Sganarelle, contra seu credor e contra seu pai, vence por larga margem. Por outro lado, seu cinismo e sua hipocrisia foram feitos para causar repugnância no espectador.
De fato, a peça é uma reflexão sobre a libertinagem e seus excessos. Molière é partidário do livre pensar, mas respeita as convicções religiosas. Ataca fundamentalmente todas as formas de hipocrisia, tanto a do devoto Tartufo como a do libertino Don Juan, capaz de tudo para satisfazer seus instintos. O final de Don Juan serve de conclusão moral: o cinismo e a hipocrisia do personagem são castigados com a morte.
O personagem de Sganarelle age como contraponto, serve para dar humanidade e comicidade a uma obra que sem ela seria bastante sombria.

Alguns encaram o Don Juan como um arquétipo do descomedimento. Ele é um grande senhor, malvado, de enorme insolência. Don Juan maneja com maestria a ironia e o sarcasmo, a impertinência e a ofensa, a falta de respeito e a blasfêmia. Personifica a luta desapiedada entre o Classicismo e o Barroco.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Dom Quixote de La Mancha (Miguel de Cervantes/Classicismo)

Não consegui deixar de postar esse segundo livro citado no post Classicismo por ter sido o primeiro livro que eu comprei na minha vida.Não foi o primeiro que eu li, por motivo de que a linguagem é estruturada demais até mesmo para um adulto(eu tinha uns 9 ou 10 anos quando comprei).Mas enfim, cresci,apareci e li esse maravilhoso livro.Um dos livros pelos quais eu mais tenho carinho aqui dentro do meu guarda-roupas.




Dom Quixote de La Mancha (Don Quijote de la Mancha em castelhano) é um livro escrito pelo espanholMiguel de Cervantes y Saavedra (1547-1616). O título e ortografia originais eram El ingenioso hidalgo Don Qvixote de La Mancha, com sua primeira edição publicada em Madrid no ano de 1605. É composto por 126 capítulos, divididos em duas partes: a primeira surgida em 1605 e a outra em 1615.
O livro surgiu em um período de grande inovação e diversidade por parte dos escritores ficcionistasromances de cavalaria que gozaram de imensa popularidade no período e, na altura, já se encontravam em declínio. Nesta obra, a paródia apresenta uma forma invulgar. O protagonista, já de certa idade, entrega-se à leitura desses romances, perde o juízo, acredita que tenham sido historicamente verdadeiros e decide tornar-se um cavaleiro andante. Por isso, parte pelo mundo e vive o seu próprio romance de cavalaria. Enquanto narra os feitos do Cavaleiro da Triste Figura, Cervantes satiriza os preceitos que regiam as histórias fantasiosas daqueles heróis de fancaria. A história é apresentada sob a forma de novela realista. espanhóis. Parodiou os
É considerada a grande criação de Cervantes. O livro é um dos primeiros das línguas européias modernas e é considerado por muitos o expoente máximo da literatura espanhola. Em princípios de maio de 2002, o livro foi escolhido como a melhor obra de ficção de todos os tempos. A votação foi organizada pelo Clubes do Livro Noruegueses e participaram escritores de reconhecimento internacional.

O livro é estruturado em duas partes, a primeira maneirista, enquanto a segunda é mais barroca. Enquanto a primeira parte da obra deixa a impressão de liberdade máxima, a segunda parte produz a sensação constante de nos encontrarmos encerrados em limites estreitos. Essa sensação é sentida mais intensamente quando confrontada com a primeira parte. Se anteriormente, a ironia era, sobretudo, uma expressão amarga da impossibilidade de dar realidade a um ideal, com a segunda parte nasce muito mais da confrontação das formas da imaginação com as da realidade. Cervantes dá a sua própria definição da obra: "orden desordenada (...) de manera que el arte, imitando à la Naturaleza, parece que allí la vence". O processo adotado por Cervantes - a paródia - permite dar relevo aos contrastes, através da deformação grotesca, pela deslocação do patético para o burlesco, fazendo com que o burlesco apague momentaneamente a emoção, estabelecendo um entrelaçado espontâneo de picaresco, de burlesco e de emoção. O conflito surge do confronto entre o passado e o presente, o ideal e o real e o ideal e o social.
Dom Quixote e Sancho Pança representam valores distintos, embora sejam participantes do mesmo mundo. É importante compreender a visão irônica que o romancista tem do mundo moderno, o fundo de alegria que está por detrás da visão melancólica e a busca do absoluto. São mundos completamente diferentes. Sancho Pança o fiel escudeiro de Dom Quixote é definido por Cervantes como "Homem de bem, mas de pouco sal na moleirinha". É o representante do bom senso e é para o mundo real aquilo que Dom Quixote é para o mundo ideal. Por fim, a história também é apresentada sob a forma de novela realista: ao regressar a seu povoado, Dom Quixote percebe que não é um herói, mas que não há heróis.

As figuras de D. Quixote, de Sancho Pança e do cavalo de Dom Quixote, Rocinante, rapidamente conquistaram a imaginação popular. No entanto, os críticos contemporâneos da obra não a levaram tão a sério como as gerações posteriores. No século XVII, por exemplo, considerou-se que o romance continha em si pouco mais que o tom de bom humor e de diversão, com Dom Quixote e Sancho Pança a encarnarem respectivamente o grotesco e o pícaro. O século XVIII foi pródigo em elogios a D. Quixote, não só na Espanha e em Portugal, como também por parte de grandes românticos do centro da Europa.
Na história do romance moderno, o papel de Dom Quixote é reconhecido como seminal. A evidência disso pode ser vista em Daniel Defoe, em Henry Fielding, em Tobias Smollett e Laurence Sterne e, também, em personagens criadas por alguns romancistas clássicos do século XIX, como é o caso de Walter Scott, de Charles Dickens, de Gustave Flaubert, de Benito Pérez Galdós, de Herman Melville e de Fiódor Dostoiévski. O mesmo acontece no caso de alguns autores pós-realistas do século XX, como James Joyce e Jorge Luis Borges. Dom Quixote provou ser uma notável fonte de inspiração para os criadores em outros campos artísticos. Desde o século XVII que se têm realizado peças de teatro, óperas, composições musicais e bailados baseados no Dom Quixote. No século XX, o cinema, a televisão e os cartoons inspiraram-se igualmente nesta obra. Dom Quixote inspirou ainda artistas como William Hogarth, Francisco Goya, Honoré Daumier e Pablo Picasso.

E que fique bem claro que não vou analisar o livro "Os Lusíadas" porque acho esse livro um pé no saco =D

A Divina Comédia(Dante Alighieri/Classicismo)

Um dos livros mais lidos da história entra na lista dos meus preferidos: A Divina Comédia, de Dante Alighieri. O livro narra a história de Dante, que em certo ponto sua vida,desgostoso com a humanidade recebe a oportunidade de fazer uma visita ao inferno,purgatório e paraíso para que possa realizar uma reflexão de como levar sua vida, assim como passar o pensamento para toda a humanidade após sua viagem. Dante escreveu essa obra a fim de que as pessoas pudessem fazer uma reflexão de como levavam suas vidas terrenas, a esse ponto o autor estava profundamente desgostoso com os homens, pois passou a perceber como eram frívolos os interesses materiais e o ponto a que o homem havia chego. Dante sempre foi um fervoroso patriota,amante de seu país,a Itália.Envolvido na política,logo notou o falso interesse dos políticos pela nação e o gosto que os mesmos tinham pelo poder. Escreveu o livro com o objetivo que seus leitores pudessem dar atenção aos reais motivos em que guiavam suas vidas.

Ao fazer com que cada terceto antecipe o som que irá ecoar duas vezes no terceto seguinte, a terza rima dá uma impressão de movimento ao poema. É como se ele iniciasse um processo que não poderia mais parar.  
A Divina Comédia é divida em três partes: o inferno,o purgatório e o paraíso, nessa o autor relata uma viagem de profunda espiritualidade. Durante a caminhada muitos conceitos são empregados, o autor encontra seres mitológicos e pessoas reais da história pelos círculos em que percorre: pessoas ditas boas estão no inferno e outras apontadas como más aparecem no paraíso a fim de mostrar que o que realmente vale é o ponto interior de cada um e não sua aparência.
 
Muitos dizem que Dante ingressou em uma viagem espiritual guiada realmente por algo profundo, pois vários conceitos estão como sinais no livro e muitos nem existiam ainda. O inferno é como um julgamento dos pecados do homem na Terra, de acordo com a gravidade dos pecados cometidos a alma é condenada a um círculo mais profundo onde o castigo é pior, ou seja, os pecados são analisados em relação ao mal que causaram; o número de círculos é nove, somados ao número um,que seria a vida terrena, formam dez, aonde um mais zero é igual a um,o número que demarca Deus,criação,princípio de tudo na numerologia. Dante teve o objetivo de fazer com que as pessoas realmente observassem suas vidas,assim como seus atos, vários pensamentos ou conceitos depois adotados em filosofias ou crenças são encontrados no decorrer da história. A forma do inferno, um cone , forma essa adquirida pela queda de Lúcifer do ceu quando Deus jogou neste um raio fazendo -o cair com tamanha força e velocidade até adentrar o centro da Terra. Sem dúvida alguma é um livro a ser lido, interpretado e absorvido como tema de reflexão e crescimento cultural, literário e até mesmo espiritual.

Os três livros que formam a Divina Comédia são divididos em 33 cantos cada, com aproximadamente 40 a 50 tercetos, que terminam com um verso isolado no final. O Inferno possui um canto a mais que serve de introdução a todo o poema. No total são 100 cantos. Os lugares descritos por cada livro (o inferno, o purgatório e o paraíso) são divididos em nove círculos cada, formando no total 27 (3 vezes 3 vezes 3) níveis. Os três livros rimam no último verso, pois terminam com a mesma palavra: stelle, que significa 'estrelas'.
Dante chamou a sua obra de Comédia. O adjetivo "Divina" foi acrescido pela primeira vez em uma edição de 1555. A Divina Comédia excerceu grande influência em poetas, músicos, pintores, cineastas e outros artistas nos últimos 700 anos. Desenhistas e pintores como Gustave Doré, Sandro Botticelli, Salvador Dali, Michelangelo e William Blake estão entre os ilustradores de sua obra. Os compositores Robert Schumann e
Gioacchino Rossini traduziram partes de seu poema em música e o compositor húngaro Franz Liszt usou a Comédia como tema de um de seus poemas sinfônicos.

Esse foi um dos livros que mais marcaram minha vida,eu e a Luxúria já o lemos e tiramos diversas conclusões em comum.A versão que lemos é adaptada,o que em momento algum desviou o foco da obra ou deixou lacunas em torno da narrativa. Excelente trabalho da L&PM Pocket e do tradutor Fábio M. Alberti.
Logo estaremos com a versão original =D

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Burzum - Fallen

1. Fra verdenstreet 1:03
2. Jeg faller 7:50
3. Valen 9:21
4. Vanvidd 7:05
5. Enhver til sitt 6:16
6. Budstikken 10:09
7. Til Hel og tilbake igjen 5:57



Elevando todos os aspectos da música aos mais insanos níveis, o Black Metal precisa ser compreendido para que se consiga entender as qualidades e peculiaridades do gênero. E, dentro do Black Metal, pouquíssimas bandas são capazes de levar o ouvinte por jornadas sônicas tão ímpares e intensas quanto o Burzum.

Lideradoo por Varg Vikernes, um dos cabeças do som surgido na Noruega no final dos anos 1980 e na primeira metade da década de 1990 e que influenciou profundamente a música pesada, o Burzum é uma banda única, e muito disso vem da personalidade e dos atos de seu líder.
Varg foi também um dos principais líderes das polêmicas queimas de igrejas históricas que assombraram a Noruega no amanhecer dos anos noventa, isso sem falar no assassinato de Euronymous, seu antigo parceiro no Mayhem. Mas deixando de lado todas as discussões sobre a sua vida pessoal e analisando somente a música, o que se ouve é a obra de um gênio do metal extremo, inegavelmente.


Fallen é o oitavo álbum do Burzum e chega às lojas no dia 7 de março de 2011. O disco foi gravado em duas semanas no Grieghallen Studios, em Bergen. A figura da capa faz parte da obra Élégie, do pintor francês William Adolphe Bouguereau, datada de 1899. Segundo Varg, Fallen é uma mistura entre a sonoridade do último disco do Burzum, Belus (2010), e Det Som Engang Var, de 1993. Ainda nas palavras de Varg, Fallen é um disco mais pessoal e se concentra em questões existenciais.
O álbum inicia com a intro “Fra Verdenstreet”, que abre caminho para “Jeg Faller”, faixa com um riff de guitarra típico do black metal norueguês temperado por linhas vocais que evocam cantos nórdicos tradicionais, além de trechos com partes da letra sendo faladas, e não cantadas, por Varg. “Valen” tem um riff selvagem, bem old school, e conta com um refrão muito bom. Novamente há o uso de passagens faladas, criando uma dinâmica bem interessante. Uma das melhores faixas do disco.

Os blast beats, uma das marcas registradas do estilo, são ouvidos pela primeira – e única – vez somente na terceira faixa, “Vainvidd”. Já em “Enhver til Sitt” a guitarra é o destaque, seja pelo riff principal, que une Tony Iommi ao estilo particular do black metal norueguês, seja pelas ótimas passagens instrumentais.

Os mais de dez minutos de “Budstikken” levam o ouvinte por caminhos sinuosos repletos de mudanças de direção, mas sempre com paisagens surpreendentes à frente. Outro grande momento, digno da tradição do Burzum. A instrumental “Til Hel og Tibake Igjen” encerra o play.

Fallen é um grande álbum, sem dúvida alguma. Um disco coeso e inspirado, com a marca pessoal de Varg Vikernes, uma das mentes criativas mais influentes da história do metal. Você não precisa simpatizar com as ideias de Varg para gostar do som, e o fato é que Fallen tem música de qualidade escorrendo em abundância pelas suas veias.


O CD pode ser encontrado aqui. 

domingo, 30 de janeiro de 2011

Uma mulher com muitos nomes (Afonso Sanches/Trovadorismo)

Tive essa idéia antes da Luxúria postar a primeira classe literária.Então,depois dela postar cada classe literária,vou postar uma respectiva obra e analizar.
Foi então que eu descobri que o trovadorismo é um verdadeiro saco pra se entender,e pior ainda pra se analizar;mas me esforcei bastante durante 2 dias e acho que fiz uma análise satisfatória.Se alguém discordar da análise,sinta-se a vontade para questionar.
=====

Conhocedes a donzela
por que trobei, que avia 
nome Dona Biringela? 
Vedes camanha perfia 
e cousa tan desguisada: 
des que ora foi casada, 
chaman-lhe Dona Charia. 
D' al and' ora mais nojado, 
se Deus me de mal defenda: 
estand' ora segurado 
un, que maa morte prenda 
e o Demo cedo tome, 
quis-la chamar per seu nome 
e chamou-lhe Dona Ousenda. 
Pero se ten por fremosa 
mais que s' ela, por Deus, pode, 
pola Virgen gloriosa, 
un ome que ....-ode 
e cedo seja na forca, 
estando, cerrou-lh’ a boca, 
chamou-lhe Dona Gondrode. 
E par Deus, o poderoso, 
que fez esta senhor minha, 
d' al and' ora mais nojoso: 
do demo dũa meninha, 
………………………..-ora, 
u lhe quis chamar senhora, 
chamou-lhe Dona Gontinha.
=====
Nesta viagem pela obra de Afonso Sanches, o sujeito poético dirige-se a um 
público cúmplice: nos três primeiros versos, pergunta aos ouvintes se 
conhecem uma donzela chamada “Biringela” e a quem teria dedicado uns 
versos. Logo a seguir, revolta-se, afirmando que, depois de a referida 
senhora ter casado, passaram a chamar-lhe “dona Charia”.
         Uma breve passagem pelas restantes estrofes leva-nos a descobrir, "facilmente",um paralelismo semântico: sempre indignado, o poeta descobre que a senhora era conhecida por nomes diferentes, conforme era abordada por diferentes homens, sendo que cada um desses nomes aparece sempre no final de cada uma das estrofes.
         Há, no entanto, que vincar uma diferença: na primeira estrofe, o verbo “chamar” está na terceira pessoa do plural, ao passo que, nas restantes, surge no singular. Há, ainda, a notar uma outra diferença: a palavra presente no final da primeira estrofe não é exactamente um antropónimo. Efetivamente, “Charia” seria um termo derivado da palavra árabe que designava as concubinas brancas compradas pelos árabes andaluzes. A aceitarmos essa hipótese, poderíamos estar perante um insulto que poderia atingir não só a mulher em causa, mas também o marido, reduzido afinal à condição de mouro.
         Todos os outros nomes são antropónimos femininos documentados na Idade Média. Que poderemos, então, conjecturar com base nesta flutuação onomástica? Será que esta senhora teria oferecido favores a vários homens, confessando diferentes nomes a cada um deles? A ser assim, estaríamos na presença de uma verdadeira mulher-demónio, uma autêntica manipuladora de pobres homens, entre os quais o triste sujeito poético, que descobre que não tinha sido o único no coração desta mulher desalmada. As nossas leitoras podem escandalizar-se, chamando a atenção para os milhares de anos de comportamentos masculinos similares. No entanto, não podemos esquecer-nos de que este texto foi escrito por um homem da Idade Média, numa época em que ainda não tinha sido inventada a palavra “feminismo”.

A literatura antes da literatura.

Bom...a luxúria começou a comentar sobre as escolas literarias da lingua portuguesa,e eu não poderia deixar vocês pensarem que antes disso não existiu literatura.Por isso vou fazer um breve resumo do que aconteceu antes. =D

Séculos VIII a.C. a II a.C.
As primeiras obras da História que se tem informação são os dois poemas atribuídos a Homero: Ilíada e Odisséia. Os dois poemas narram as aventuras do herói Ulisses e a Guerra de Tróia.  Na Grécia Antiga os principais poetas foram: Píndaro, Safo e Anacreonte. Esopo fica conhecido por suas fábulas e Heródoto, o primeiro historiador, por ter escrito a história da Grécia em seu tempo e dos países que visitou, entre eles o Egito Antigo.

Séculos I a.C. a II d.C.:A literatura na História de Roma Antiga
Vários estilos que se praticam até hoje, como a sátira, são originários da civilização romana. Entre os escritores romanos do século I a.C. podemos destacar: Lucrécio (A Natureza das Coisas); Catulo e Cícero. Na época de 44 a.C. a 18 d.C., durante o império de Augusto, corresponde uma intensa produção tanto em poesia lírica, com Horácio e Ovídio, quanto em poesia épica, com Virgílio autor de Eneida. A partir do ano 18, tem início o declínio da História do Império Romano, com as invasões germânicas. Neste período destacam-se os poetas Sêneca, Petrônio e Apuleio. 

Séculos III a X
Após a invasão dos bárbaros germânicos, a Europa se isola, forma-se o feudalismo e a Igreja Católica começa a controlar a produção cultural. A língua (latim) e a civilização latina são preservadas pelos monges nos mosteiros.A partir do século X começam a surgir poemas, principalmente narrando guerras e fatos de heroísmo. 

Século XI : As Canções de Gesta e as Lendas Arturianas
É a época das Canções de Gesta, narrativas anônimas, de tradição oral, que contam aventuras de guerra vividas nos séculos VIII e IX , o período do Império Carolíngio. A mais conhecida é a Chanson de Roland ( Canção de Rolando ) surgida em 1100. Quanto à prosa desenvolvida na Idade Média, destacam-se as novelas de cavalaria, como as que contam as aventuras em busca do Santo Graal (Cálice Sagrado) e as lendas do rei Artur e dos Cavaleiros da Távola Redonda.Pode ser confundida como parte do trovadorismo, mas o trovadorismo consiste SOMENTE em poesia.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ainda que eu ande pelo vale da sombra e da morte...

Por mais firmes e fortes que nos tornemos, por mais que estudemos, por mais que tenhamos certeza e fé em nossa causa, um dia, uma hora, um minuto, uma fadiga nos atordoará e nos fará pensar em desistir.
Pensamos em todo o sacrifício que fazemos, as horas de lazer que perdemos, lembramos dos irmãos que desistiram no caminho, imaginamos as grandes dificuldades que ainda estão porvir.
Assistimos os inimigos e ignorantes debocharem, os apáticos de braços cruzados reclamarem sem nada fazer, as
pessoas a nossas volta aos poucos se voltarem contra nós.
Observamos tudo isso com o corpo e a mente cansada da luta, somos tentados a abaixar a cabeça, cruzar os braços e fechar os olhos; e assim muitos o fazem, incontáveis são os que desistem ao esbarrarem em tantos obstáculos. Sim, nós cansamos, pois somos humanos e lutar pela Causa é um Sacrifício de vida! Mas ao contrário de muitos, não desistimos e acima de tudo não caímos, continuamos de pé, recebendo cada golpe com coragem, revidando e reagindo tanto quanto podemos. E, a cada instante que nos mantemos de pé, enquanto tantos caem vencidos, ou se escondem amedrontados, temos a certeza de que existe uma causa maior, e por isso somos guiados senão para a vitória ao menos para a HONRA ETERNA dos verdadeiros heróis!
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 "De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto" (Rui Barbosa)
"No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz." (General Emílio Garrastazu Médici)